Hardcore Recife

sexta-feira, fevereiro 11, 2011

entrevista: Wendell - NARK


Hardcore Trash Recife entrevista Wendell, vocalista da Nark, a respeito do novo cd dos novos integrantes e sobre a cena underground.

HTR: Faça uma apresentação rápida da nova formação da Nark.

Wendell – Vocal/Guitarra (Dom Helder)
Júlio – Baixo (Janga)
Pato – Guitarra (Casa Amarela)
Raphael – Bateria (Detran)

HTR: Vamos começar a nossa entrevista pelo inicio: em que ano e como começou a Nark?

Wendell: O NARK começou em maio de 2005, eu tocava numa banda de rock de lombreiro e tinha umas duas músicas que havia feito numa linha mais hardcore, que é o que eu sempre escutei. Tinha uma pessoal do meu bairro que escutava quase as mesmas coisas, então a gente foi ensaiar.

No começo eu só tocava guitarra, tinha outro cara no vocal, e outro bicho no baixo (que saiu logo), com o tempo o pessoal foi ser alguém na vida e o resto deu continuidade a banda.

O nome NARK significa antidroga pra quem não sabe. Mas mais no sentido anti-vicio, moda, já que na época em Jaboatão tinha uma certa febre de emo, pop punk ou coisa assim que era foda. Ninguém da banda é Straight Edge. 

HTR: Quais as primeiras influências e as atuais?

Wendell: Hardcore oitentista, no começo e agora. A idéia foi sempre a de tentar (tentar) fazer um lance nessa linha, influenciado basicamente por esses sons: Bad Religion, Black Flag, Minor Threat, Circle Jerks, D.O.A.

NARK em ação no Candeias Rock Fest.

HTR: Você se lembra do primeiro show e como era o envolvimento com outras bandas?

Wendell: O primeiro show foi num colégio do Estado, perto de casa (o Zequinha Barreto). Eu estudei com um cara que naquela época fazia parte do grêmio estudantil. Ele encaixou a banda dele e a nossa. Ia rolar esse show no dia dos namorados, uma parada multicultural, duas bandas de rock, um dj de tecno brega e um concurso de dança, aí a coisa fedeu ahahaha. A banda do cara nem chegou a tocar. O vocal da gente e o guitarra farraparam (cagaram mesmo), só tocamos 5 músicas até mandarem parar. A receptividade foi linda de se ver, sabe como é.

Não havia envolvimento com outras bandas. Isso só aconteceu um ano depois, quando começamos a nos envolver com o S.O.B.R.A., na Brasília Teimosa. Até mesmo o pessoal de bairros vizinhos ao Dom Helder tavam nesse bolo. O que é engraçado, porque espaço em Jaboatão paras as bandas é zero, até hoje é assim. Então a gente vagava pra Brasília Teimosa pra poder tocar.

HTR: Em relação a nova formação, houve alguma mudança em relação a sonoridade? Em termos de pegadas de energia etc?

Wendell: Tiveram mudanças, pelo menos acho que sim! É natural, já que as pessoas tem maneiras diferentes de tocar. Principalmente pela parte da bateria, que pra mim o Raphael tem uma pegada mais oitentista, se assim posso dizer. O processo de fazer os sons novos fica estigante, porque ele é mais aberto a contratempos, quebradas e outras coisas que não sei o nome.

Mas procuramos manter a idéia da banda bem fixa, que é a de hardcore punk old school ‘till death! (sem guitarras oitavadas o tempo todo ou temáticas: eu sou o foda, minha galera é massa e vamo nessa!)

HTR: Quais são os temas que vocês geralmente se propõem a fazer nas musicas e por quê?

Wendell: Todas as músicas do NARK são sobre experiências pessoais. Então os temas acabam sendo bem urbanos, falando basicamente sobre violência, problemas no trabalho/desemprego, drogas, falta de grana, pensamentos suicidas, contas pra pagar, essas coisas. A idéia na hora de fazer letra é deixar ela mais direta e curta possível. Foda-se vai ser colocado como foda-se, sabe como é? Sem metáforas ou recursos poéticos. Nada contra quem escreve desse jeito, nada mesmo. É só a viagem dessa banda, o jeito de escrever nela.

HTR: Já existem músicas novas, com a participação dos novos integrantes?

Wendell: Fizemos cinco músicas novas, e mais umas 3 ou 4 bases e letras a ensaiar. Colocamos elas no set dos dois últimos shows e provavelmente vão entrar no split com a Ugly Boys. 

Wendell.

HTR: Na capa do último cd, Sociedade Assassina, existe a frase "Recife pediu e a prefeitura esta cumprindo", existiu alguma espécie de patrocinio ou trata-se de sarcásmo? Fale um pouco sobre.

Wendell: Na verdade tá escrito “cOmprindo”, com O mesmo. Aquilo é uma placa de uma obra em andamento, ao lado da área de Letras da UFPE. Deu até o que falar na época. Achei interessante aquilo na capa do SOCIEDADE ASSASSINA, representando a prefeitura! Foi só sárcasmo mesmo.

HTR: E sobre o selo Oxenti Records?

Wendell: É um selo carioca-recifense-alagoano de hardcore, o representante aqui é o Braytner (da Como Desistir). Na época do show de lançamento do cd, falei com ele pra mandar uns pra outros estados e botar o selo da Oxenti, só pra divulgar mesmo. Sem nada em troca, já que os CDs tavam encaminhados financeiramente. Ele escutou umas 3 músicas, mandou prum pessoal e topou a idéia.
 
HTR: Voltando ao novo cd e a atual NARK, ficou alguma briga em relação às músicas gravadas na Demo, e a autoria delas, devido ao fato da saída de alguns integrantes ter sido um pouco traumática?

Wendell: Não, não. Lance de treta de autoria de música é coisa de banda gringa ou do mainstream. Qualquer problema resolvemos na porrada mesmo. O fato é que chegamos a um consenso que aquelas músicas eram uma bosta, então limamos. Tanto do repertório dos shows, como das novas “tiragens” do Sociedade Assassina. Mas ainda tocamos o instrumental daquele surf, pra tirar uma ondinha vez ou outra. 

Multidão no Bar do Reggae no show da NARK.

HTR: O que você acha da cena de Recife? O que poderia ser feito pra melhora-lá? (da comunidade)

Wendell: Sem dúvida esse é o melhor período da cena da região metropolitana, em 3 anos. Isso se deve a muito esforço das pessoas envolvidas com o hardcore daqui: público, coletivos, bandas.

Hoje há uma maior interação com o pessoal da zona norte e zona sul. Antes as paradas rolavam nos bairros, mas pouca gente ficava sabendo. Era pay to play virado na porra, shows abertos com 20 bandas, briguinha, frescura. Isso ainda existe, mas é bem pouco.

Pra notar a evolução da coisa é só comparar os dois shows do Uzômi (RJ) aqui. Tinham 15 pessoas no primeiro, 15! E depois você vê a quantidade de gente (e o envolvimento delas, é bom lembrar) dois anos depois, na Verdurada.

Uma crítica a respeito é nos organizarmos mais na parte de divulgação, que acho pouca.
E tentar descentralizar os shows, levando mais pra periferia. Pra renovar o público, mostrar o que tá rolando no antigo. Mas isso vem rolando aos poucos ultimamente.

O NARK sempre procurou se envolver com as correrias do underground. Primeiro com o S.O.B.R.A.(onde ensinaram como faz a cola mágica dos cartazes), mais tarde com o BARRA Underground (movimento lá de Barra de Jangada) e agora, de certa forma, com o Coletivo HR (com 3 integrantes participando dele, não como representantes de banda X ou Y. Como indíviduos).

Fico instigado de estar envolvido nessas coisas, mesmo com os fumos e tudo mais. Pra mim faz parte do processo de ter banda aqui. Ter banda só por ter não me é interessante.

 HTR: Quais os planos futuros da banda? Alguma turnê fora do nordeste está prevista?

Wendell: O primeiro é o split com a Ugly Boys. 6 sons de cada e um cover da outra banda (14 no total). Nenhuma turnê, mas quem quiser chamar o NARK, tamo lá!

Casa Amarela, Dom Helder, Detran e Janga juntos.

HTR: Últimas palavras, fale algo que queira divulgar, discutir ou etc...

Wendell: Não, acho que falei um monte. Tá limpeza.

Valeu pelo espaço ae e ao pessoal que mandou as perguntas lá pra Hardcore Trash Recife.

Um beijo e Shurato é gato!

x --

HTR agradece a Wendell pela entrevista e convida aos que não conhecem a visitar o myspace dos caras: MYSPACE NARK.

13 comentários:

  1. porra a entrevista foi muito boa.

    tem que rolar no minimo 2 entrevistas por mes!

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  2. Belas Palavras Wendell! =)

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  3. Mais entrevistas!!
    Muito bom essa parada!!
    .
    P/ wendell:
    Pq a banda se desmontou toda?? Só ficou tu!
    Foi treta pesada foi? Sempre quis saber disso!!

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  4. kkkkkkkkkkk... andré tá parecendo Nelson Rubens!!! KKKKKK

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  5. Ta se amostrando em !!! daqui a poko ta famoso , uiaa , aew wendell , falo bem nao falou mal , vou tentar promover isso , e quem entra nessa porra promove cara com amigos , e promove a banda caralho , bando de merdas

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  6. esse anonimo e anderson arthur esqueci de coloca meu nome ^^ sou fanzasso do nark e moro em barra de jangada !!

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  7. entrevista ficou do caralho.
    conheci o nark aqui em caruaru com outra banda foda tbm a pc.
    essa foto que fala em cadeias.
    foi aqui em caruaru no evento solidario que o nark ajudou.
    os meninos sabem como ajudar a cena mesmo.

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  8. q entrevista ta de parabens wendell valeu
    por representar tao bem o undergruond Pernambucano

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  9. Fuderoso. E concordo com fabão, tem que ter mais entrevistas.. bora ver, né nerd?

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  10. heheheh, é melhor uma por mês pq garante o ano todo. =p

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  11. Oi Wendell!! É Tio Rommel. Tô de volta a terra. Fico feliz de vc está fazendo sucesso. Apesar de não entender muito de underground. Mas pra mim o que importa é vc tá bem. Vou te procurar. Abração!!

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