Hardcore Recife

quarta-feira, julho 27, 2011

show/entrevista: O show mais rápido do mundo, com a banda Leptospirose (SP) (05/08/11)


O Show Mais Rápido do Mundo, com a banda Leptospirose.

Esse show marca o inicio da mini turnê da Leptospirose pelas terras nordestinas, que começa aqui, passa por Jampa (Pogo Pub) e termina em Natal. Com essa passagem a banda aproveita para lancar o seu novo album, o AQUA MAD MAX, que é uma parceria dos selos Läjä Records, Balboa Discos, Criminal Attack Records, Caveira da Força Discos, Zuada Rec., Pisces Records, Prisces Records, Cauterized Productions e Xaninho Discos Falidos (ufa!).

Além disso este show marca a despedida de Júlio do vocal da Xico Xavier, então tem tudo pra ser épico. É album novo da Leptospirose e despedida do vocalista da Xico Xavier. COMPAREÇAM! ;)

Evento: O Show Mais Rápido do Mundo
Bandas:
Local: Abutre's Bar
Rua do Burburinho (Recife Antigo)
Data/horário: 05 de agosto de 2011 ("sexta-fera") a partir das 22h
Valor: R$8, mas fiquem atentos as promoções que vão rolar.

Organização/correria/desespero: Perna Preta, Lumo Coletivo e Zine Antezine-se.

MINI ENTREVISTA


Para entrar no clima de confraternização roqueira geral, segue ai uma mini entrevista com o trio Leptospirose, feita por Adelmario "nerd".

HardcoreTrashRecife: Quem são os integrantes da Leptospirose quando não estão tocando? O que fazem e quais os hoobies além da música?

Serginho: Pergunta difícil já que toco o dia todo, dou aula de música na escola dos meus amigos e companheiros de banda. Gosto de jogar bola, game, andar a cavalo.

Quique: Trabalho com música o dia inteiro, aula, contabilidade escolar, produção de shows e por aí vai. Nas horas vagas eu fico com minha mulher e meus filhos, freqüento parques, festas infantis, dou uma volta ou outra só com minha esposa quando alguma avó segura as crias, ando pelo centro da cidade pra jogar conversa fora com os transeuntes, coleciono discos...

Velhote: Quando agente não ta tocando agente é professor de música, empresário, marido, pai de família. Nós temos uma escola de música que se chama Jardim Elétrico onde tem aulas de instrumentos como guitarra, baixo, bateria etc. Além disso, eu e o Quique somos professores de música no ensino fundamental em duas escolas particulares aqui em Brgança. Fora isso, levamos vidas comuns. Eu sou casado e vou ter uma filha logo mais, o Quique tem dois filhos e o Serginho tem uma namoradinha. Nas horas vagas o que tenho feito ultimamente é jogar um futebol com a galera do sertanejo universitário.

Fucking power trio!
HTR: O que vocês podem nos dizem sobre tocar/manter uma banda de rock underground no Brasil? Quais são as suas motivações, satisfações e frustrações que vem junto com esse trabalho?

Serginho: Manter uma banda de rock não é fácil, ainda mais uma banda de rock pauleira como a nossa. Mas só de estar com amigos e podendo tocar em lugares diferentes compensa tudo. O lado ruim é o do cansaço, de as vezes ter que dormir em lugares sem estrutura. Mas é aquela velha historia: "se ta no rock é pra se fuder". hahaha...

Quique: A satisfação da parada é tocar por aí, evoluir musicalmente, gravar e lançar disco, trombar os amigos etc. O lance é ter o pé no chão e sentir o drama. Juventude que entra numas de sonho, de morar em São Paulo, ser artista profissional, faturar dinheiro fácil e todo esse tipo de coisa, na maioria das vezes - cai! É aí que entra a frustração, como somos bem sóbrios com relação a isso tudo, nosso lance é só alegria.

Velhote: Manter uma banda é fácil pra nós porque primeiro, somos amigos a muito tempo e temos um bom relacionamento e segundo porque o Quique é um cara que sempre assumiu muito bem esse papel de promover a banda. É ele quem agita internet, shows, e outras coisas. O fato dessas coisas ficarem concentradas na mão de um cara só funciona bem pro Leptospirose. Acho que ta cada vez melhor tocar e manter uma banda por aqui. Hoje agente tem um monte de festivais independentes, tem a galera do Fora do Eixo que agita várias coisas legais. Na verdade da pra tocar no país inteiro se quiser. Claro, tem que ter tempo e na maioria das vezes a grana é curta, mas o barato é gravar, lançar seus discos e tocar por aí.

Leptospirose em tour pela europa com a banda Merda
HTR: Sobre as turnês sempre se sabe que são cheias de histórias e fatos, algumas engraçados e outras tristes. O espaço aqui é para vocês falarem como geralmente são as turnês da Leptos, e se lembrarem, contarem alguns causos ocorridos durante essas viagens.

Serginho: As historias são mil. Uma boa foi quando estávamos na argentina em pleno inverno e depois de tocar e andar 15 quadras com malas e equipos, tivemos que dormir no azulejo gelado pois não tinha nada pra nos cobrir.

Quique: Nossas turnês são toscas, tem pouca estrutura e tal, mas a gente se diverte pra caralho nelas! Um fato interessante que rolou comigo foi o seguinte: Certa vez com todo mundo de mal humor no último dia de uma tour Argentina/Uruguai fiquei sabendo pela internet que meu amigo Zélito (que é uns 30 anos mais velho que eu) estava bem doente. Após saber disso, fiquei um bom tempo deitado na minha cama no albergue escutando um som horrível que vinha da recepção, umas músicas do Djavan cantando em espanhol, lance ridículo que só aumentava meu mau humor. Na hora de ir pro show, começou a tocar Confortatably Numb do Pink Floyd que era tipo o hino da vida do Zelito (que morreu uns dias depois). Na hora que rolou esse som, eu dei uma boa pensada na vida.

Velhote: O Leptospirose nunca fez turnês muito longas. A primeira chance que agente teve deu errado e sofremos um acidente de carro que encerrou a turnê. Mas normalmente os shows de uma turnê vão ficando cada vez melhores. Você toca todo dia e no final da turnê os shows são muito poderosos. Já aconteceu de tudo, nego cagando na calça durante o show, amplificadores de baixo estourados, o Serginho tentando se comunicar em espanhol na Argentina. Tem coisa pra caralho.

Capa do novo album, que pode ser baixado na trama virtual
HTR: Quais os planos da Leptospirose para o futuro? Existe alguma meta/objetivo/sonho que desejam alcançar? O que os deixariam 100% realizados como banda?

Serginho: Tocar no máximo de lugares possíveis e me divertir como foi até hoje.

Quique: O lance é continuar fazendo as coisas que a gente sempre fez, porque é assim que funciona, dando um passo de cada vez as coisas meio que surgem. Tenho muita vontade de fazer uma turnê nos EUA.

Velhote: Continuar tocando e lançando discos, tocar no Acre, no Amazonas. Eu particularmente gostaria de fazer uma turnê pela Colombia, Peru, Equador, Venezuela mas agente tem uma meta em comum que é fazer uma turnê pelos Estados Unidos. Como a gente gosta muito de algumas bandas americanas, e somos influenciados por elas, a gente acha que seria muito legal tocar lá.

HTR: Quais as expectativas para o segundo show aqui em Recife (já que a data do show não é no mesmo dia do vestibular)?

Serginho: Espero fazer amigos, assim como fiz na última vez em que estivemos aí, rever os que já fiz e poder mostrar nosso som pro máximo de galera possível.

Quique: To empolgadão pra fazer/curtir um rock maneiro com a rapaziada e na esperança total de poder ir a praia e tomar um caldo num copo de plástico, saído de uma garrafa térmica de café!

Velhote: As expectativas são as melhores possíveis. Agente gosta de tocar pelo Nordeste porque a rapaziada é sempre ponta firme. E espero que os vestibulandos compareçam.

Pessoas do campo.

HTR: E uma última curiosidade (essa aqui mais pessoal mesmo): como o nome Leptospirose foi escolhido?

Serginho: Um dia, estávamos no bar de um amigo o Davi, e ele nos convidou pra tocar lá. Ainda nem tínhamos banda. Colocamos o nome e fomos pro meu sitio compor as musicas pro show. Ai fudeu! Pegamos gosto pela coisa e estamos aí até hoje.

Quique: Nome ridículo, escolhemos na pressa, na urgência e deu no que deu hahah

Velhote: Que eu me lembre o nome surgiu no sítio do Serginho. Agente ficou uma semana confinados fazendo as primeiras músicas do Leptospirose em Janeiro de 2001e no meio disso alguém deve ter sugerido esse nome, obviamente zuando com alguma coisa e assim ficou. Nome de banda é sempre ruim, salvo algumas exceções. É que agente se acostuma com eles e quando vê, já pegou.



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Valeu Leptos, e nos vemos no show. E aproveitem e leiam a entrevista da Xico Xavier. =D

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